COUTINHO: MARINA PRECISA ESTUDAR MELHOR O BNDES
Presidente do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano Coutinho, rebateu críticas da
candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, sobre a política de empréstimos
do BNDES: "Eu sugiro que a equipe da Marina estude um pouco mais as
atividades do banco para não municiar a candidata com informações
erradas"; segundo ele, o apoio para a internacionalização de grandes
empresas brasileiras foi concedido a preços de mercado e não houve influência
política na destinação dos recursos; o assessor da presidência do BNDES, Fabio
Kerche, também contestou declarações de Marina: ‘ela erra ao dizer que o BNDES
empresta para "meia dúzia". Em 2013, 97% de suas operações foram para
micro, pequenas e médias empresas’
26 DE SETEMBRO DE 2014 ÀS 05:34
SÃO PAULO (Reuters) - O
presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Luciano
Coutinho, rebateu nesta quinta-feira as críticas feitas pela candidata do PSB à
Presidência, Marina Silva, sobre a política de empréstimos do BNDES e disse que
ela precisa estudar melhor as atividades do banco.
"Eu sugiro que a equipe da
Marina estude um pouco mais as atividades do banco para não municiar a
candidata com informações erradas", disse Coutinho a jornalistas após
participar de congresso em São Paulo.
Segundo Coutinho, o apoio do
BNDES para a internacionalização de grandes empresas brasileiras foi concedido
a preços de mercado e não houve influência política na destinação dos recursos.
No caso das empresas do
empresário Eike Batista, algumas das quais estão em recuperação judicial,
Coutinho disse que o BNDES não teve nenhum prejuízo com os empréstimos ao grupo
de Eike, pois as empresas com problemas foram revendidas a novos controladores
bem capitalizados.
"Não houve prejuízo para o
BNDES", garantiu Coutinho.
Marina tem criticado o que
classifica de "uso político" dos bancos públicos no governo da
presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.
A candidata do PSB chegou a dizer
em seu programa eleitoral na TV que o BNDES "deu" 500 bilhões de
reais para "meia dúzia de empresários falidos", argumentando que
esses recursos poderiam ser usados em promessas de campanha feitas por ela,
como o passe livre no transporte público para estudantes e o ensino em tempo
integral. (Reportagem de Aluísio Alves)
247 - Assessor da presidência do
BNDES, Fabio Kerche também contestou declarações de Marina: ‘ela erra ao dizer
que o BNDES empresta para "meia dúzia". Em 2013, 97% de suas
operações foram para micro, pequenas e médias empresas’.
Leia:
Marina e o BNDES
O BNDES é um dos principais
instrumentos que o governo brasileiro dispõe para implementar sua política
econômica. É o governo em exercício que escolhe as áreas prioritárias e as
linhas de atuação do banco, que as executa por meio de um rigor técnico
garantido por seu capacitado corpo funcional.
Para ficarmos em apenas dois
exemplos: no governo Fernando Henrique Cardoso, o BNDES teve um papel
fundamental nas privatizações e no governo Lula, respondendo à forte crise
iniciada em 2008, expandiu o crédito à indústria e à infraestrutura.
É, portanto, absolutamente
legítimo que o papel do BNDES seja debatido na campanha eleitoral. O próximo
presidente terá a responsabilidade de manter ou modificar as prioridades do
banco nos próximos anos, decisão que poderá afetar todo o financiamento ao
setor produtivo brasileiro.
Mas esse necessário debate
eleitoral seria mais proveitoso para o país se fosse lastreado por um correto
diagnóstico por parte dos candidatos. Como corrigir rumos se não conseguimos
entender a atual direção? Esse parece ser o caso da candidata do PSB à
Presidência da República, Marina Silva.
Em entrevista ao programa
"Bom Dia Brasil", da TV Globo, que foi ao ar nesta quinta-feira (25),
a candidata disse que "o que enfraquece os bancos é pegar o dinheiro do
BNDES e dar para meia dúzia de empresários falidos, uma parte deles, alguns
deles que deram, enfim, um sumiço em bilhões de reais do nosso dinheiro".
O número de imprecisões só dessa frase é impressionante.
Em primeiro lugar, o BNDES não
"dá" dinheiro a ninguém, ele empresta. Isso significa que o banco
recebe de volta, corrigidos por juros, os seus financiamentos. Sua taxa de
inadimplência é de 0,07% sobre o total da carteira de crédito, segundo o último
balanço, sendo a mais baixa de todo o sistema bancário no Brasil, público e
privado.
Isso nos leva a outra imprecisão
da fala da candidata. A qual "sumiço" de recursos ela se refere se o
BNDES recebe o dinheiro de volta e obtém lucros expressivos de suas operações?
O lucro do primeiro semestre, de R$ 5,47 bilhões, foi o maior da história do
banco.
Em relação aos empresários
"falidos", talvez a candidata, em um esforço de transformar em regra
a exceção, esteja se referindo ao caso Eike Batista. Se isso for verdade, temos
mais uma imprecisão: seja por causa de um eficiente sistema de garantias das
operações, seja porque grupos sólidos assumiram algumas empresas, o BNDES não
sofreu perdas frente aos problemas enfrentados pelo empresariado.
Por fim, nada mais falso do que
dizer que o BNDES empresta para "meia dúzia". No ano passado, o banco
fez mais de 1 milhão de operações, sendo que 97% delas para micro, pequenas e
médias empresas.
Embora o BNDES não tenha a
capilaridade dos bancos de varejo, a instituição aumentou seus desembolsos para
as pequenas empresas dos cerca de 20% do total liberado da década de 2000 para
mais de 30% no ano passado. Se retirássemos as típicas áreas onde os pequenos
não atuam (setor público, infraestrutura e comércio exterior), os
financiamentos para os menores representariam 50% dos desembolsos do banco.
Das cem maiores empresas que
atuam no Brasil, 93 mantém relação bancária com o BNDES. Entre as 500 maiores,
480 são clientes do banco. Como sustentar que o BNDES escolhe "meia
dúzia" se a instituição apoia quase todas as empresas brasileiras dos mais
variados setores de nossa economia?
A candidata Marina Silva lembrou recentemente que uma
mentira repetida diversas vezes não se transforma em verdade. Essa máxima
também vale para o papel que o BNDES vem desempenhando nos últimos anos.
Por essa e por outras é que não dá para votar nessa senhora ela desconhece o funcionamento de toda e qualquer instituição do Governo bradsileiro, não entende nada de economia, não tem um posição definida, oscila para um lado e para o outro ao sabor das pressões de "aliados" e/ou da repercussão nas ruas. As coisas que tem firmes na cabeça é que tem que entregar o Banco Central aos banqueiros nacionais e internacionais e destruir a CLT para prejudicar os trabalhadores brasileiros, e beneficiar os empresários. Não há a menor chance de uma pessoa consciente votar nesse ser que se chama Marina.
Manoel Mesquita
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